A
polícia identificou nesta sexta-feira (15) o autor do disparo que matou um
jovem negro desarmado na cidade de Ferguson, no Missouri, Estados Unidos. A
morte de Michael Brown, de 18 anos, gerou uma onda de protestos e reação
violenta da polícia. Segundo o chefe de polícia Thomas Jackson, quem realizou o
disparo foi Darren Wilson. O sigilo em relação ao nome do autor era uma das
reivindicações dos manifestantes e da família de Brown.
O policial é membro da polícia há seis anos com um bom histórico,
disseram autoridades. Ele foi colocado em licença administrativa remunerada
após o incidente.
Na noite de quinta, as manifestações foram barulhentas, mas pacíficas,
após um pequeno número de policiais do estado, liderados por um recém-nomeado
capitão negro, ter substituído a tropa de choque local e se misturado com a
multidão.
O governador de Missouri, Jay Nixon, colocou o capitão da patrulha
rodoviária Ron Johnson no comando da segurança da cidade de Ferguson, após
quase uma semana de confrontos entre manifestantes e a polícia, que disparou
gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral. Dezenas de pessoas foram presas em
meio a saques, tiroteios e vandalismo.
Em uma mudança tática, Johnson e alguns
policiais negros sem proteção andaram entre os milhares de manifestantes que
enchiam as ruas dessa cidade do subúrbio de St. Louis, exigindo justiça pela
morte do jovem Michael Brown, de 18 anos.
“Queremos apenas ser capazes de vir e se manifestar juntos sem medo de
levar um tiro. É simples assim”, disse o manifestante Cat Daniels, de 53 anos,
um veterano do Iraque. “O que você vê hoje à noite são as pessoas se reunindo.
Quando aquele garoto foi morto, a ferida e a dor foram reais."
Mark Hall, um estudante de 21 anos, disse: “Estou tão feliz que nos
deixaram em paz para que possamos provar que tudo o que queremos é a
oportunidade de exercer nossos direitos pacificamente... uma chance de sermos
ouvidos.”
Os protestos chamaram a atenção a tensões
raciais na região metropolitana de St. Louis, onde grupos de direitos civis
reclamaram no passado de discriminação da polícia contra negros, prendendo-os
em número desproporcional e utilizando práticas racistas de contratação.
Dois terços da população de Ferguson, de
21 mil habitantes, são negros, ao passo que 50 dos 53 policiais da cidade são
brancos.
A morte de Brown galvanizou um momento nacional de silêncio e de
manifestações em outras cidades dos Estados Unidos.
Em Nova York, uma grande multidão cercou uma pequena presença policia
no parque Union Square, forçando os policiais a fecharam uma das principais
vias de Manhattan. A imprensa local mostrou que alguns manifestantes foram
presos.
Em St. Louis, um vídeo da CNN mostrou centenas de pessoas em uma
manifestação pacífica embaixo do monumento Gateway Arch, com a mãe de Brown e
outros familiares presentes.
Buscando acalmar a situação, o presidente dos EUA, Barack Obama, pediu
para que a polícia respeite as manifestações pacíficas.
A polícia prometeu melhorar, mas também justificou as duras táticas
empregadas, dizendo que uma resposta foi necessária por conta de ameaças de
violência durante os protestos.
Publicado por: Zilma Ribeiro
Fonte: G1 - Portal de Noticias da Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário