Por: André Sidnei Musskopf
Nasceu
com vagina e vestia roupas identificadas como femininas. Através de
procedimento cirúrgico construiu em seu corpo um pênis. Veste roupas que
identificam como homem.
Relaciona-se sexualmente com homens, com pênis e que vestem roupas identificadas como masculinas.
Relaciona-se sexualmente com homens, com pênis e que vestem roupas identificadas como masculinas.
O mundo e o conhecimento que herdamos, em seu
discurso normativo, tinha/tem tudo bem definido, como ordem natural, inclusive
divina. As reivindicações dos movimentos identitários das últimas décadas têm
questionado muitas destas certezas, tanto em termos políticos quanto de
construção do conhecimento na academia. O objetivo deste artigo é mostrar
algumas destas “desconstruções” sobre sexo, gênero e sexualidade, realizadas no
âmbito dos Estudos Feministas, de Gênero, sobre Masculinidade, dos Estudos Gays
e Lésbicos e da Teoria Queer. Mais do que isto, mostrar como as reflexões sobre
gênero não podem estar desconectadas das reflexões sobre sexualidade, e vice-versa.
O processo de construção de identidade sexual e de gênero expressa na epígrafe
acima revela justamente a insuficiência das categorias identitárias
disponíveis, desestabiliza noções fixas e relações naturais entre sexo, gênero
e sexualidade, e aponta para a limitação de discursos assimilacionistas.
Algumas definições básicas
Antes de entrar na discussão sobre a articulação
das categorias com as quais vamos trabalhar, é importante defini-las para que
haja uma compreensão comum sobre a forma como elas serão utilizadas e o que se
entende por cada uma delas. Há uma vasta bibliografia que discute e define
estes conceitos, mas, correndo o risco de não esgotar os argumentos e
explicações, apresentamos definições próprias que subsidiarão a discussão.
- sexo refere-se ao dado físico-biológico, marcado
pela presença de aparelho genital e outras características fisiológicas que
diferenciam os seres humanos como machos e fêmeas; além destas, a partir de
pesquisas recentes, também o código genético precisa ser considerado na
constituição do sexo, o que complexifica as definições neste
âmbito, cujo principal exemplo são as inúmeras formas de intersexualidade;
- gênero refere-se ao dado social, formado por um aparato de regras e padrões de construção corporal e comportamento que configuram a identidade social das pessoas a partir do substrato físico-biológico, do que resultam identificações como masculino e feminino, bem como as múltiplas variantes que desviam da norma, como androginia, travestismo, efeminação ou masculinização, por exemplo;
- gênero refere-se ao dado social, formado por um aparato de regras e padrões de construção corporal e comportamento que configuram a identidade social das pessoas a partir do substrato físico-biológico, do que resultam identificações como masculino e feminino, bem como as múltiplas variantes que desviam da norma, como androginia, travestismo, efeminação ou masculinização, por exemplo;
- sexualidade refere-se ao dado
sexual, que se define pelas práticas erótico-sexuais nas quais as pessoas se
envolvem, bem como pelo desejo e atração que leva a sua expressão (ou não)
através de determinadas práticas. Esse dado também é chamado por alguns/as de
“orientação sexual”, e comumente classifica as pessoas em “heterossexuais”,
“homossexuais” e “bissexuais”.
Do Feminismo à Teoria Queer
Guacira Lopes Louro, em sua Conferência sobre a
relação entre os Estudos Feministas, os Estudos Gays e Lésbicos e a Teoria
Queer no II Congresso da Associação Brasileira de Estudos da Homocultura
afirmou que:
... os estudos feministas, os estudos gays e
lésbicos e a teoria queer são campos teóricos e políticos
marcados por afinidades e alianças e, ao mesmo tempo, atravessados por debates
e divergências perturbadoras. 1
Na década de 70, o mundo ocidental presenciou uma
efervescência de movimentos políticos contestatórios dostatus quo branco,
rico, masculino e heterossexual. Dois destes movimentos que interessam de
maneira especial aqui foram a Segunda Onda do Movimento Feminista e a
organização do moderno Movimento Homossexual (de maneira simbólica instaurado a
partir de 1969 com a Revolta de Stonewall). Concomitantemente a estes
movimentos políticos desenvolveram-se os campos teóricos definidos como
Feminismo e Estudos Gays e Lésbicos.
Os estudos feministas, ao incorporarem as
categorias de gênero, forneceram um instrumental capaz de questionar, nas
diversas áreas do conhecimento e em todas as esferas da vida, os padrões
patriarcais que definem o que significa ser “mulher” (e conseqüentemente
colocaram em questão o que significa ser “homem”, embora esta questão apenas
muito recentemente tenha se tornado objeto de reflexão por parte dos homens). A
desconstrução a partir destas categorias mostrou que, tanto homens quanto
mulheres, aprendem a ser e viver como tal a partir de um complexo aparato de
normas e regras de comportamento que definem os papéis de gênero. Desta forma,
permitiram visualizar as conexões estabelecidas entre sexo (o dado
físico-biológico) e gênero (o dado social) sem, muitas vezes, questionar a
relação natural estabelecida entre esses dois e o dado sexual (a sexualidade),
mantendo uma suposta orientação lógica do desejo para aquilo que se chama de
“sexo oposto”. Assim, muitas vezes, não questionaram a estrutura heterocêntrica
da sociedade ocidental, ignorando que os dados físico-biológico e social são
atualizados nos corpos desejantes e excluindo uma multiplicidade de
possibilidades de vivência da sexualidade localizadas fora dos padrões
heteronormativos.
Os estudos gays e lésbicos utilizaram-se das
categorias de gênero, mas desenvolveram seus estudos notadamente na área da
sexualidade. Com o aprofundamento destes estudos e também com o questionamento
advindo dos movimentos políticos, categorias como “homossexual”, “gay” e
“lésbica”, mostraram-se demasiadamente limitantes para falar da diversidade de
identidades sexuais construídas e vividas por integrantes destes movimentos.
Estas categorias, muitas vezes, acabavam por essencializar uma identidade
homossexual facilmente assimilada dentro do sistema patriarcal e
heterocêntrico, mantendo-o intacto. Como afirma T. Spargo:Bissexualidade,
transsexualidade, sadomasoquismo e identificação transgênero todas
implicitamente contestaram o ideal inclusivo da política assimilacionista. A
incompatibilidade pode ser parcialmente interpretada como respeitabilidade. Se
você quer ser uma parte igual de um mundo heterossexual provando quão comum,
quão exatamente-como-você (mas talvez um pouqinho mais sensível ou artístico)
você é, simplesmente não vai dar para ostentar os seus desejos e relações mais
excessivas, transgressivas. 2
Assim, no final da década de 80 e início da década
de 90 começou-se a falar em Teoria Queer. “Queer” é um termo da língua inglesa,
traduzido comumente como “estranho, esquisito, singular, excêntrico”. A partir
desta acepção, o termo também é empregado, especialmente na América do Norte,
para pessoas que não correspondem ao padrão heterossexual da vivência da
sexualidade ou do papel de gênero correspondente ao seu sexo. Neste sentido, a
apropriação do termo pela corrente acadêmica que se denomina Teoria Queer, como
afirmam A. Stein e K. Plummer “é um jogo político na palavra queer,
por longo tempo identificada como ‘homossexualidade’, e a mais nova série de
‘afirmações reversas’ na qual as categorias construídas através da
medicalização são usadas contra elas mesmas”. 3
A proposta central da Teoria Queer é romper com os
dualismos (de maneira especial a oposição entre homo e heterossexual),
desestabilizando uma estrutura social heterocentrada, construída ao redor do
paradigma heterossexual. Assim, como afirma E. K. Sedgwick, uma das precursoras
da Teoria Queer:
[A Teoria Queer refere-se a] uma trama aberta de possibilidades, brechas, sobreposições, dissonâncias e ressonâncias, lapsos e excessos de significado quando os elementos constituintes do gênero de alguém, da sexualidade de alguém não são feitos (ou não podem ser feitos) para significar monoliticamente. 4
[A Teoria Queer refere-se a] uma trama aberta de possibilidades, brechas, sobreposições, dissonâncias e ressonâncias, lapsos e excessos de significado quando os elementos constituintes do gênero de alguém, da sexualidade de alguém não são feitos (ou não podem ser feitos) para significar monoliticamente. 4
Neste campo teórico são inegáveis as contribuições
dos estudos sociais, históricos, especialmente aqueles realizados no âmbito da
teoria feminista. Assim como Eve Kosovski Sedgwick, Teresa de Lauretis e Judith
Butler, precursoras da Teoria Queer, os estudos de muitas outras feministas
serviram de inspiração e base para os/as teóricos/as que agora se colocam sob a
categoria queer. 5 Os
estudos queer, no entanto, deram um passo além das análises de
gênero, tornando a sexualidade um assunto de relevância acadêmica, não só nos
discursos e estudos da medicina e psicologia, mas em áreas tão diversas quanto
economia, sociologia, antropologia, política e religião. Através destes estudos
quer-se mostrar como a vida social-política-econômica-cultural-religiosa está
organizada a partir de um padrão heterocêntrico, no qual a maioria das pessoas
não se encaixam, propondo uma outra alternativa a partir da experiência de
vivências não-heterossexuais.
No contexto acadêmico brasileiro esta reflexão
permanece um tanto invizibilizada. Embora inúmeros estudos estejam sendo
desenvolvidos nesta área, utilizando a Teoria Queer como referencial teórico,
sua popularização na academia continua sendo um desafio. Além dos estudos sobre
a sexualidade brasileira que poderiam ser qualificados sob esta ótica 6,
um exemplo da existência de uma pesquisa queer na academia brasileira é a
articulação da Associação Brasileira de Estudos da Homocultura (ABEH) e alguns
núcleos de pesquisa que têm se ocupado com a temática. 7 Conforme
G. L. Louro:
A força e a graça de lidar com as questões levantadas pelas feministas, pelos gays e lésbicas ou queer reside, justamente aí, nessa disposição de ser continuamente subversivo, nesta tendência a desobedecer. 8
A força e a graça de lidar com as questões levantadas pelas feministas, pelos gays e lésbicas ou queer reside, justamente aí, nessa disposição de ser continuamente subversivo, nesta tendência a desobedecer. 8
Quando sexo, gênero e sexualidade se des-encontram
Um dos temas que tem ganhado atenção recentemente
no campo dos estudos de gênero é a questão da masculinidade. Embora seja um tema
bastante recente e não muito pesquisado, há um grande número de trabalhos e
publicações nesta área nos últimos tempos, sejam elas acadêmicas ou de cunho
popular-consumista. Isto se deve à popularização do que se convencionou chamar
“a crise do macho”. Esta expressão é usada para falar do desconforto de muitos
homens diante das mudanças ocorridas desde a década de 70, especialmente com o
avanço e visibilidade do Movimento Feminista e do Movimento Homossexual. 9
Os estudos sobre masculinidade realizados dentro
das categorias de gênero têm contribuído muito para a desconstrução de um
modelo de masculinidade hegemônico e proposto e valorizado novas formas de ser
homem. No entanto, muitas publicações, especialmente aquelas voltadas para o
consumo mais popular, mas também algumas realizadas em círculos acadêmicos, na
tentativa de desconstrução do papel do “macho” limitam-se à análise da sua
relação com as mulheres e pressupõem a sexualidade heterossexual. Raramente se
mencionam formas “alternativas” não-heterossexuais de masculinidade e suas
contribuições para este debate.
Estas reflexões, de modo geral, ignoram as
discussões realizadas no âmbito dos estudos gays e lésbicos e da teoria queer.
Preservam uma dicotomia entre homens e mulheres, entre masculino e feminino,
geralmente fundamentadas nas categorias jungianas animus e anima para
falar de elementos masculinos e femininos presentes em homens e mulheres. L.
Boff, por exemplo, assim define o princípio feminino:
O feminino no homem e na mulher é aquele momento de mistério, de integralidade, de profundidade, de capacidade de pensar com o próprio corpo, decifrar as mensagens escondidas sob sinais e símbolos, de interioridade, de sentimento de pertença a um todo maior, de guardar no coração, de poder gerador e nutridor, de vitalidade e espiritualidade. 10
O feminino no homem e na mulher é aquele momento de mistério, de integralidade, de profundidade, de capacidade de pensar com o próprio corpo, decifrar as mensagens escondidas sob sinais e símbolos, de interioridade, de sentimento de pertença a um todo maior, de guardar no coração, de poder gerador e nutridor, de vitalidade e espiritualidade. 10
Se estes princípios se fazem presentes nos seres
humanos diferentemente através de características de comportamento específicas,
como se justifica a construção dualista masculino/feminino? A partir destes
princípios definem-se características sobre o que corresponde ao homem e à
mulher, e a necessidade de valorização do princípio feminino nos homens. Isso
não significa que nas reflexões sobre o papel social de homens e a necessidade
de desconstrução o tema da sexualidade não esteja presente. Ele está. Até
porque o que significa ser homem está ligado diretamente a um tipo de
sexualidade que se espera dele. Conforme Diego Irrarazaval: “Uma sexualidade
hegemônica masculina é violenta e competitiva; deve ser demonstrada de forma
quase obsessiva; está centrada no pênis; é homofóbica e intolerante com relação
aos homossexuais; é irresponsável”. 11 No
entanto, as discussões de gênero centram-se na reflexão sobre a sexualidade
normativa, sem aprofundar o debate a partir da experiência concreta de muitos
homens e muitas mulheres, talvez a maioria deles e delas, que não se encaixam
nesta norma. Além disso, não estabelecem suficientemente a relação entre os
papéis gênero e a vivência da sexualidade.
As reflexões sobre gênero, se desvinculadas das
reflexões sobre sexualidade desenvolvidas no âmbito dos Estudos Gays e Lésbicos
e da Teoria Queer, correm o risco de criar outras identidades estáticas,
pretensamente libertas, quando ainda excluem uma multiplicidade de
possibilidades, tanto com relação ao próprio papel social desempenhado por
homens e mulheres, quanto pela vivência do seu desejo expresso através da
sexualidade.
Corporeidade – Onde sexo, gênero e sexualidade se
encontram
O que sexo, gênero e sexualidade têm em comum,
assim como com todas as outras características que compõem as identidades dos
seres humanos, é que elas são significadas em nossos corpos. O termo
“corporeidade”, não se refere apenas ao corpo humano como conjunto de órgãos e
partes, mas ao ser humano enquanto presença corporal e a sua relacionalidade
consigo mesmo, com outras pessoas, com a natureza e com a divindade. É a forma
como existimos e damos significado à nossa existência. Neste sentido, o corpo é
a “superfície de inscrição de valores” tanto sociais quanto sexuais. Os papéis
de gênero são construídos sobre os corpos com sua constituição físico-biológica
única e vivenciados através de uma sexualidade específica.
Tradicionalmente a relação entre estes três
elementos que fazem parte do processo de construção da identidade têm sido
definida como uma seqüência lógica onde, a um sexo físico-biológico corresponde
um determinado comportamento de gênero e uma maneira específica de vivência da
sexualidade. Conforme G. L. Louro: “A coerência e a continuidade supostas entre
sexo-gênero-sexualidade servem para sustentar a normatização da vida dos
indivíduos e das sociedades”. 12 A
Teoria Queer, ao abrir-se para possibilidades múltiplas de relação entre estes
três aspectos rompe com esta lógica, reconhecendo a vivência de formas
alternativas. Abordar o tema da corporeidade desde a Teoria Queer permite
desconstruir estereótipos de gênero e sexuais, utilizando o corpo e suas
experiências subversivas como paradigma hermenêutico.
Alguns modelos de corporeidade queer nos
ajudam a perceber as limitações de nossas análises de gênero quando
desvinculadas da reflexão sobre a sexualidade em suas múltiplas e inúmeras
manifestações. Guacira Lopes Louro menciona o exemplo da drag queen que
explicitamente fabrica o seu corpo e, segundo a autora:
...repete e subverte o feminino, utilizando e salientado os códigos culturais que marcam esse gênero. (...) Sua figura insólita ajuda a lembrar que as formas como nos apresentamos como sujeitos de gênero e de sexualidade são, sempre, formas inventadas e sancionadas pelas circunstâncias culturais em que vivemos. 13
...repete e subverte o feminino, utilizando e salientado os códigos culturais que marcam esse gênero. (...) Sua figura insólita ajuda a lembrar que as formas como nos apresentamos como sujeitos de gênero e de sexualidade são, sempre, formas inventadas e sancionadas pelas circunstâncias culturais em que vivemos. 13
Em outro texto 14,
além de fazer referência às drag queens, trabalhei com o exemplo de
travestis, strippers e transformistas, para propor a
“corporeidade” como paradigma hermenêutico capaz de ajudar na desconstrução de
modelos engessados de vivência de gênero e sexualidade construídos e
codificados nos corpos. Enquanto que strippers buscam
ressaltar as formas consideradas masculinas para despertar o desejo,
transformistas constróem em seu corpo masculino uma figura feminina ideal,
subvertendo as prescrições de seu sexo e gênero, e travestis utilizam ainda
medicamentos e cirurgias construindo seu corpo e uma determinada vivência da
sexualidade. Todas estas pessoas constróem seu corpo, em situações e por
motivos diversos, atribuindo-lhe significados que misturam sexo, gênero e
sexualidade fora do paradigma heterocêntrico.
O exemplo de construção de sexo, gênero e
sexualidade descrito no início deste texto apresenta uma pessoa que nasceu com
características físico-biológicas femininas, fez cirurgia de adaptação de sexo
e se identifica como um homem gay. Dentro de uma perspectiva heterocêntrica
poder-se-ia inferir que, se esta pessoa sentia atração erótico-sexual por
outros homens, melhor se permanecesse com uma construção físico-biológica
feminina. Isto também evidencia o fato de que até a linguagem, por heterocêntrica,
é limitada para expressar esta realidade. Neste caso, no entanto, sexo, gênero
e sexualidade se misturam de uma maneira surpreendente para quem está
acostumado a um padrão único de relação entre estes aspectos da vida humana e
exigem novas formulações. Pois, quando sexo, gênero e sexualidade se encontram,
as possibilidades são múltiplas.
Falando da produção teórica no campo da Teologia
nos últimos 40 anos, Peter T. Nash afirma que: De alguma maneira, os grandes Pais da Teologia desde o primeiro século até a
metade do século XX são apresentados como tendo praticado a sua arte sem nenhum
contexto social e, então, subitamente, asiáticos, mulheres, negros, gays e
latino-americanos começaram a infectar a pureza teológica com seus corpos e
suas perguntas e afirmações em torno do corpo. 15
É meu desejo e o nosso trabalho fazer com que esta
infecção se generalize, em todos os campos de construção de saber e prática
social, permitindo cada vez mais encontros entre sexo, gênero e sexualidade, já
que a vida está cheia deles, mesmo quando os padrões e as normas querem
domesticar os corpos e limitar as possibilidades de expressão do desejo humano.
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